segunda-feira, 13 de junho de 2011

Poemas...


Eu, Muralhas


Nada é como era antes.
Nada é como nunca foi,
Nada é como eu busquei que fosse.
Nada é como deveria ser.

Tiro todas as roupas do armário.
Espalho minhas coisas sobre a cama.
O que é tudo isso?
Quem é esse que veste esses cortes ousados?

Nada ficou no lugar
Depois de passado o furacão da incompreensão
Que m’abateu sobre mim mesmo,
Sobre a vida que sem oferta ou cortesia me foi dada.

As certezas são construídas sobre cartas de baralho,
Mas as dúvidas são grandes paredões de pedra.
São imensas e sólidas muralhas.
São pedras e concreto que nos barram, nos sufocam.


Eduardo Henriques

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Poema de saudade...


Sabor d'Acerola

A qu'aurora qu'é esta
Desbravadora do crepúsculo
Do anoitecer que se presta
A com um pulo m'esmorecer?

É o nascer e o morrer
Do dia na noite branca
Em branda endeixa fria
A m'acordar o luar que me dormia.

E acorda o sabor d'acerola rubra,
o cheiro da terra e da cor do tomate
De quintal naquele pedaço d'interior
Na capital qu'o progresso apagou.

Vasta rua arrancou as antigas rosas
E deixou crua a casa, calou as cantigas,
Embassou as reminiscências de minh'aurora
De semente em chão que brotar irá: mais não!


Eduardo Henriques

quinta-feira, 21 de abril de 2011

sábado, 9 de abril de 2011

Versos impuros...


A Morte do Amante na vida no Amado


Sabe quando vc gosta de alguém,
Mas só percebe quando esse alguém
Encontra um outro alguém para amar?
E você acaba por gostar
Desse outro alguém que chegou
Somente por ele fazer tão feliz o seu alguém?
E você acaba por não querer morrer quando o seu alguém
Vem te falar de como aquele outro alguém o tocou,
Aquele que não é você, e de como sorri
Quando acorda lembrando-se desse toque com efusão?
Surge a vontade de livrar aquilo que implora por sair,
Mas não seria justo com o alguém de nosso coração.
Pois amar é a dor mais linda do mundo
Mas jamais deixará de ser uma excruciante dor
Apenas por inegavelmente também ser o amor
A causa mortis mais sublime de todo coração moribundo!



por Eduardo Henriques

sexta-feira, 18 de março de 2011

Poema...

E você se deu
para esse alguém que sequer
tão bem te quer
como te quero eu



Lágrimas ao vento

Sinto falta de você segurando a minha mão.
É como se os meus medos evaporassem na sua ternura
E dessem lugar aos campos verdejantes da quimera.
Tenho saudades da carícia do seu sorriso irmão.

Meu amor não tem fronteiras.
É futuro presente passado.
Se quiser me reter, abra todas as feridas
E repouse sobre o meu rosto todo chorado.

Quando o dia nascer nublado,
Sentirá o que sinto hoje na ausência da tua voz.
E mesmo que o teu grito seja calado,
Ouça os meus versos nadando rumo a tua foz.

Que seja noite, mesmo que ainda seja dia.
Por mais que eu reze ou prostrado implore à Santa Maria,
Tenho comigo no Amor e na dor da Oração,
Rasgando meus joelhos no chão, a contemplação do teu altar: meu coração.


Eduardo Henriques

sexta-feira, 4 de março de 2011

Poema







Two Sisters

Girls, I know that now
The bedroom's door is closed,
Cause all you wish is not listen to what
What your parents talk about.

Oh! Sisters, I wish take your hands
To fly away without rules
Discovering every cloud of the sky.
Only us. Only we three. Only to fly.

The music is playing in our minds
And our heart live a sequence of a movies scenes.
Somethings I feel bad, I feel sad.
But in others times, I remember every wonderful thing we had.

Oh! Sisters, walk with you is like a heaven.
In my dreams, we walk alone in the roads
And behind us exist only our shadows.
Be real or be dream, oh! Sisters, stand by me in heaven.

Eduardo Henriques.

terça-feira, 1 de março de 2011

Poema...


Outro alguém


Ouças bem, meu bem,
O que agora eu vou dizer.
Esqueças-te de me querer
E vás querer outro alguém.

Insuportável é minha vida
Na sombra insaciável da tua.
Não me vejo nos teus olhos.
Não me vejo nos teus sonhos.

Quando teus braços busquei
Tentando atar-me ao teu corpo,
Foi um gélido abraço
O oceano que encontrei.

Nas ondas vagas das horas,
Chorei as lamúrias de minha dor.
Sei que por mim não choras.
Molestaste o meu amor.

Se algum dia
Sentires falta de um alguém que te amou
Saibas que este alguém encontrou
Noutros braços o que te pedia.


Eduardo Henriques