quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Poema...


Taça de Vinho

___Só uma vontade
__Leva-me às carnes
_Enxugando-me as visões -
_Sino do divino, indulgência do humano.


Eduardo Henriques

domingo, 24 de outubro de 2010

Poesia...



Remember

Eu me lembro de como era fácil
Quando só havia a rotação.
Eu abria as janelas do quarto
E o mundo era apenas o que eu podia ver
- O que eu queria ver.

Mas o 'self é muito pouco
Quando estamos no emaranhado da vida.
Eis que abri a porta e vi um nó de estradas.
Em uma dada esquina por onde passei, eu te encontrei
E decidindo segurar na tua mão, atirei-me no labirinto.

Há muito mais do que um jardim no celeiro do mundo.
Tu mostraste-me o quão limitado eu estava em minha janela.
Porém, agora eu limito-me a por meus passos em tuas pegadas.
Fortemente seguro a tua mão na minha, mas sinto-te afrouxando-nos.
Serei já pardal forte o suficiente para sair do teu ninho e voar?

Eu me lembro de quando o céu era o meu grande espetáculo diário
E de quando o som das cigarras era a orquestra que me encatava às noites.
Eu me lembro de quando nada era inseguro ou reflexivo e olhar era gesto de arte.
Abro os olhos e olho buscando ver aquilo que preciso alcançar para me ser
E aquilo que preciso impedir de me alcançar - Serei tão forte sem "você"?


Eduardo Henriques

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Poesias (Port/Ingl) ...

À sua porta

Hoje eu acordei querendo arrumar minhas coisas
E fui revirando as prateleiras,
Mas por mais que eu quisesse jogar tudo fora
Não fui forte o bastante e coloquei todos em seus lugares.

Eram as nossas coisas me relembrando nossa história,
Cada passo que escrevemos juntos, sorrindo e cantando alto.
E mesmo que eu chorasse sangue, seria uma tragédia
Tentar te apagar de mim se estou te esperando.

Eu me lembro do nosso primeiro beijo.
Lembro-me também de quando você me fez chorar.
Mas agora estou só e choro por isto:
Eu errei ao te dizer adeus.

Vou correr à porta da sua casa
Vou bater e vou gritar pelo seu nome.
Eu vou dizer o quanto me arrependo e ainda te amo
E que sem você eu estou sem minha alma.

Foram muitos os meus enganos,
Mas em todos os erros foram tentando o melhor para nós.
Eu sofro de saudades relendo as suas cartas.
Abra a porta para o reinício de nós dois.

Eu sei que o fim foi minha culpa.
Mas quando eu disse "adeus"
Não passava de uma mentira.
Chame-me para dentro.

Eduardo Henriques

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Inside

Today I woke up wanting to pack my things
And I went rummaging through the shelves,
But the more I wanted to throw it all away
I was not strong enough and put everyone in their places.

They were reminding me of our things our history,
Every step we wrote together, smiling and singing loudly.
And even if I cry blood, would be a tragedy
Trying to erase you from me if I'm waiting.

I remember our first kiss.
I also remember when you made me cry.
But now I'm alone and cry for this:
I was wrong to say goodbye.

I will run to the door of your house
I'll knock and scream his name.
I'll tell you how sorry and still love you
And without you I'm out of my soul.

There was much to my mistakes,
But in all the errors were trying the best for us.
I suffer from homesickness rereading your letters.
Open the door for the resumption of us.

I know that the end was my fault.
But when I said goodbye
It was just a lie.
Call me inside.

by Eduardo Henriques

Poesias...


Noite Fria

Quantas vezes você me viu chorar
E sequer enxugou minhas lágrimas?
Quantas vezes eu vi você cair
E sempre fiquei ao seu lado?

Nem sempre é dezembro.
O vento pode mudar de direção
E as velas dificultarem a nossa jornada,
Mas isso não significa que devamos parar.

Quantas vezes eu quis te amaldiçoar
E calei minha voz por só te querer bem?
Quantas vezes eu senti você distante, indiferente,
Mas entendi que é seu jeito silêncioso de me amar?

Eu posso ter errado muitas vezes,
Mas foi apenas tentando acertar.
Por favor, olhe para mim e veja a minha vontade.
Veja a minha entrega e o meu fervor por você.

E se não houver mais nada
Que eu possa te fazer ou te dizer,
Eu vou esperar que um milacre me ajude
A não perder você.

Se preciso for, eu faço a escalada
Para não perder você.
Eu nado qualquer distância
Para não perder você.

Olhe para mim, enxergue a si mesmo.
Eu posso suportar tudo
Menos perder você.
Perdoe o meu jeito estérico de amar você.

Eduardo Henriques

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Poesias (inglês)...


Blue Dream

Happy Days
Happy days ... so far
Happy days ... so faded
Happy Days?

Where are they?
Wander where my
Happy Days?
Exist only in the mind?

Some memory blue
Or any dream of truth.
A song with feeling.
A sunrise in front of the window.

Happy days.
Oh! Happy days ... Will they?
Happy days ... with warmth and emotion.
Oh Happy Days!


Eduardo Henriques

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Poesia



Aqui dentro

Sinto lá de fora
O cheiro da vida
Que corre feito criança,
Que é doce como chocolate.

Eu fecho as janelas.
Não desejo o horizonte.
Fecho os meus olhos.
Não desejo o novo.

Eu só quero, eu só quero
Ver-te de novo,
Sentir de novo,
Amar-te de novo.
Das lágrimas que choro
Retiro o sabor da tua pele.
A cada dia estás mais aqui.
Eu te sinto aqui dentro de mim.

Por mais que me clame o céu azul,
Eu prefiro a escuridão
Do meu quarto.
Deste quarto que foi teu.

E tudo o que foi teu
Mantém-te viva em mim.
E tudo o que sou fez parte de ti.
[Eu sou a parte de ti que te esqueceste de levar].


Eduardo Henriques