segunda-feira, 13 de junho de 2011

Poemas...


Eu, Muralhas


Nada é como era antes.
Nada é como nunca foi,
Nada é como eu busquei que fosse.
Nada é como deveria ser.

Tiro todas as roupas do armário.
Espalho minhas coisas sobre a cama.
O que é tudo isso?
Quem é esse que veste esses cortes ousados?

Nada ficou no lugar
Depois de passado o furacão da incompreensão
Que m’abateu sobre mim mesmo,
Sobre a vida que sem oferta ou cortesia me foi dada.

As certezas são construídas sobre cartas de baralho,
Mas as dúvidas são grandes paredões de pedra.
São imensas e sólidas muralhas.
São pedras e concreto que nos barram, nos sufocam.


Eduardo Henriques