quinta-feira, 19 de maio de 2011
Poema de saudade...
Sabor d'Acerola
A qu'aurora qu'é esta
Desbravadora do crepúsculo
Do anoitecer que se presta
A com um pulo m'esmorecer?
É o nascer e o morrer
Do dia na noite branca
Em branda endeixa fria
A m'acordar o luar que me dormia.
E acorda o sabor d'acerola rubra,
o cheiro da terra e da cor do tomate
De quintal naquele pedaço d'interior
Na capital qu'o progresso apagou.
Vasta rua arrancou as antigas rosas
E deixou crua a casa, calou as cantigas,
Embassou as reminiscências de minh'aurora
De semente em chão que brotar irá: mais não!
Eduardo Henriques
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