terça-feira, 1 de março de 2011

Poema...


Outro alguém


Ouças bem, meu bem,
O que agora eu vou dizer.
Esqueças-te de me querer
E vás querer outro alguém.

Insuportável é minha vida
Na sombra insaciável da tua.
Não me vejo nos teus olhos.
Não me vejo nos teus sonhos.

Quando teus braços busquei
Tentando atar-me ao teu corpo,
Foi um gélido abraço
O oceano que encontrei.

Nas ondas vagas das horas,
Chorei as lamúrias de minha dor.
Sei que por mim não choras.
Molestaste o meu amor.

Se algum dia
Sentires falta de um alguém que te amou
Saibas que este alguém encontrou
Noutros braços o que te pedia.


Eduardo Henriques

6 comentários:

  1. O amor quando fere nos faz querer sair do lugar. E não tem nada que a pessoa outrora amada faça pra reverter esse quadro. Queremos sair, e não apenas, mas viver novamente, e não reviver. Renovar. Linda poesia, bff!

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  2. Verdade, Tay!

    Quando o amor vira cinzas, não adianta tentar queimar novamente. It's over!

    Porém, após todo invesno há uma nova primavera. Por que não deixar que outro beija-flor se aproxime?

    Beijos!

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  3. Deu vontade de comentar de novo...
    até queria um novo amor, mas meu coração parece preso, no meio de tanta dor parece não querer mais amar. Eu já saí do lugar da dor e acho que amando, voltarei a ele. Estarei errada? Enfim... questão de tempo, não é que eu queira mas estou pensando assim, ou melhor, sentindo assim.

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  4. Tay,

    As vezes, mesmo quando já se tem tudo resolvido - ou quase - o coração precisa de um tempo. Precisa curar as feridas. Precisa redescobrir-se e redefinir aquilo o que ele quer doravante: o que amar? Quais serão as características deste novo objeto de afeição?
    Tempo...

    "Avec le temps tout va, tout s'en va"

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  5. Dhú,

    Como seria perfeito,se pudessemos buscar a felicidade nos braços de outro alguém, seria uma maneira de sorrir novamente. Mas, o que fazer se ainda vivemos na sombra, de um antigo amor?

    O amor é como uma erva daninha, que cresce dentro de nós, e não consegue sair do coração. Com o amor, somos capazes de sentir a pior das dores, e é com essa dor que aprendemos a viver ao longo dos anos.

    Uma vez machucados, temos medo de nos entregar a um novo amor, pois é como se tudo voltasse à tona. É como se olhasses a face de quem tu amou, transmitida em um novo alguém. Às vezes, custamos a entender a razão, de o amor ser tão injusto, pois a ele, demos a maior das dedicações.

    Vamos pensar que, um dia ofereceremos a mão a quem tanto nos fez sofrer, e mostraremos o amor verdadeiro que ele tinha, e lutará para ter. Tantos já disseram, que o amor é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la à beira de um precipício.

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  6. Juu,

    Depois do que disseste, o que eu posso dizer?
    Disseste tudo!

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