segunda-feira, 13 de junho de 2011

Poemas...


Eu, Muralhas


Nada é como era antes.
Nada é como nunca foi,
Nada é como eu busquei que fosse.
Nada é como deveria ser.

Tiro todas as roupas do armário.
Espalho minhas coisas sobre a cama.
O que é tudo isso?
Quem é esse que veste esses cortes ousados?

Nada ficou no lugar
Depois de passado o furacão da incompreensão
Que m’abateu sobre mim mesmo,
Sobre a vida que sem oferta ou cortesia me foi dada.

As certezas são construídas sobre cartas de baralho,
Mas as dúvidas são grandes paredões de pedra.
São imensas e sólidas muralhas.
São pedras e concreto que nos barram, nos sufocam.


Eduardo Henriques

2 comentários:

  1. Dhú,

    Nada é o que esperamos, pois temos a dádiva de sermos imprevisíveis. A vida é composta de fases, que sempre irá nos surpreender.

    Por vezes, penso que as nossas mudanças equipara-se a natureza, pois quando observamos a matamorfose de uma borboleta monarca, por exemplo, podemos perceber que ela passa por diversas fases para transforma-se no belissímo ser que ela ocultava, então isso também não se aplicaria a nós?

    Portanto meu amigo, jamais espere certezas,porque às vezes, o certo não é tão certo assim. Afinal, a vida não é nada cordial, ela nos faz dispertar a todo momento e a todo custo.

    Beijos!

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  2. As certezas às vezes nos tira do sério - ou melhor, a busca por elas. Nos resta tentar viver sem se preocupar tanto. Somos seres pensantes, e por isso mesmo podemos direcionar esses pensamentos.

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