segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Versos...


Olhares Mudos

Só em meio à noite
Só em meio ao dia.
Tudo é tão indiferente.
Tudo é exatamente nada.

Andar pelas ruas, ouvir nossos pais...
São tantas palavras a significar o vazio
E poucas imagens na memória a me lembrar nós dois
Em nossos dias de girassóis e céu azul.

Mas se o dia não é parecido com o pedaço de paraíso
Daquelas horas em que caminhávamos juntos,
Apaguemos as luzes do céu e vaguemos em silêncio
Amando-nos sibilantes em nossos olhares mudos.

Nós não teremos passado.
Nós não teremos retorno.
Nós seremos a luz e a escuridão da noite.
Em um imenso jardim nós seremos uma semente.

Juntos em maio à noite.
Juntos em meio ao dia.
Tudo será bem diferente.
Tudo será “Nós” quando o dia acordar.


Eduardo Henriques

6 comentários:

  1. A sonoridade, os pensamentos, a vida presente nos versos, tudo isso encanta muito!

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  2. Seus versos me lembram uma caminhada silenciosa por uma estação de trem, que quando olhamos ao lado, somos capazes de nos ver perdidos em olhares furtivos, mas significantes.
    Faz com que desejemos, a companhia de alguém muito querido, do qual podemos ver uma alma habitável, que queremos compartilhar os nossos melhores momentos.
    Às vezes, não precisamos falar, não precisamos ver imagens, para nos lembrar de um único olhar, que é capaz de diversas manifestações de carinho, que meras palavras nunca poderão expressar.
    Basta, ter um ao outro, no mais completo silêncio, que farão de um instante, a maior conquista de suas vidas.

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  3. Ahhh! Obrigado, BFF *-*
    Sonoridade?
    Jura?!
    Adoooro!
    Métrica...Tá vendo, Tio Aristóteles?
    sasuu!

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  4. Concordo, Juu!
    Há momentos, há níveis de relacionamento em que o silêncio diza tudo o que com a voz não se pode ser dito!

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  5. Dhú, parece que consigo ver e recriar as personagens... tu consegues dar vida aos poemas!
    Imagino esse amor que foi e não é mais, mas que teima em pular do peito... a semente no tão grande jardim, esperando para ser semeada, mesmo sabendo que este dia não vem. E, na esperança de tudo ser um sonho ruim, acordar para que tudo volte ao normmal, ao seu normmal.
    Parabéns, meu amor!

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  6. Que bom que consigo esse feito, Nane-amore!!!

    Penso que essa é justamente a maior dificuldade: fazer com que o leitor se ponha no lugar do eu-lírico e sinta o que ele sente.

    =D

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