sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Poesias...



Bandeira do poeta

Minha bandeira não tem cor de aurora
Ou flâmula soberana e luzente.
A bandeira que eu carrego relampejante
Não vibra, é morta e fria.

A grandeza da minha bandeira
É a soberba inútil do nada.
A riscar o céu de negro,
Ela flameja o sentimento do seu poeta.

Este poeta de mãos trêmulas
Versa o intemperismo do mundo.
A sua cobiça atroz
É o atrofiar das emoções daquele mundo.

A minha bandeira não prediz o futuro,
Ela ostenta o passado agora presente.
Seu leito é um poema de ojeriza.
Eu sou poeta. Sou luto. Sou ojeriza.



Eduardo Henriques

3 comentários:

  1. Dhú, que coisa linda! Não vejo a dissociação do amor e da escuridão, da morte, seu luto. Parabéns! :*

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  2. Perfeito mon ami, a alma de um poeta chora, sofre, ama, mas jamais morre, pois o seu pesar é luto da própria alma.
    Adorei!

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