domingo, 29 de agosto de 2010

Poesia...



Perdendo a cor


Quando começamos, éramos uma semente forte e guerreira, pronta para desbravar o solo e impôr-se à vida.
Quando amadurecemos, ficamos com o caule bem formado e o primeiro olho de folha se fez brotar quando superamos nossa primeira discussão.
Quando desentendemo-nos, as folhas já eram muitas, mas começaram a murchar por falta de seiva boa para a nutrição.
Quando reconciliamo-nos, foi incrível ver o brotar de uma flor de cor branca, branco de paz e branco de pureza.
Quando caímos, foi triste ver a flor amarela cair também, pétala por pétala, no chão, em total desamparo poético.
Quando tentamos nos reerguer e fracassamos, as folhas caíram também e ficamos somente um caule sem vistosidade e explendor.
Quando nos separamo-nos, o verde decidiu nos abondonar e um tom de marrom pincelou de deserto o nosso corpo e o nosso coração.
Quando olho para nós, penso se vamos desistir e tudo encontrará seu fim. Não resistiremos ao primeiro inverno ou renasceremos na próxima primavera?


Eduardo Henriques

2 comentários:

  1. Um caso a se pensar...
    Ás vezes somos surpreendidos por muitos desgostos na nossa vida, mas se desistirmos jamais saberemos a razão da nossa existência, tudo ficará o dito pelo não dito. As rosas são múltiplas e ímpares em suas cores,todavia podemos deixá-las em uma harmonia de duas cores e veremos assim, o quanto é revitalizante observá-las, mesmo que cada pétala se vá a batida do vento. O caule pode ficar seco, sem vida, mas do mesmo brotará um pequeno botão que desabrochará em uma linda rosa. Assim é a vida, ela é contínua,e temos que seguir em frente. Porém, podemos ser submetidos a ver muitas pétalas cairem diante dos nossos olhos.

    Beijos

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  2. Também existe a beleza triste do tronco gasto, mas que guarda ainda dentro de seus veios rugosos a seiva de vida.
    "O coração de quem não desistiu não envelhece jamais." (Marjorie Chardin)

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