
Perdendo a cor
Quando começamos, éramos uma semente forte e guerreira, pronta para desbravar o solo e impôr-se à vida.
Quando amadurecemos, ficamos com o caule bem formado e o primeiro olho de folha se fez brotar quando superamos nossa primeira discussão.
Quando desentendemo-nos, as folhas já eram muitas, mas começaram a murchar por falta de seiva boa para a nutrição.
Quando reconciliamo-nos, foi incrível ver o brotar de uma flor de cor branca, branco de paz e branco de pureza.
Quando caímos, foi triste ver a flor amarela cair também, pétala por pétala, no chão, em total desamparo poético.
Quando tentamos nos reerguer e fracassamos, as folhas caíram também e ficamos somente um caule sem vistosidade e explendor.
Quando nos separamo-nos, o verde decidiu nos abondonar e um tom de marrom pincelou de deserto o nosso corpo e o nosso coração.
Quando olho para nós, penso se vamos desistir e tudo encontrará seu fim. Não resistiremos ao primeiro inverno ou renasceremos na próxima primavera?
Eduardo Henriques