quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Poema...


Adeus, meu amor


Bonsoir, meu amor, bonsoir.
Agora apenas o silêncio há
Para nos interromper as palavras
Que jamais foram ditas...
Que nunca serão pronunciadas.

As mesmas cortinas, o mesmo quarto.
O mesmo calor de setembro,
Mas não mais você e eu...
Não mais aqueles que o tempo perdeu
Quando o sol conosco adormeceu.

E eu saí a ti procurar pelas esquinas e praças,
Pelas vírgulas e estrofes de minhas músicas,
Mas apenas vi-me tão comigo mesmo
Que suspeitei alguma vez ter-te tido
Mais além de que por um crepuscular devaneio.

Bonsoir, meu amor, bonsoir.
Dormes em meus braços a sonhar
Com cada gota do perfume que nos embalsamou,
Com cada beijo que minha boca nunca te negou,
Com uma eternidade para ti que em mim se acabou.

3 comentários:

  1. Um adeus, a um amor que nunca tivemos, ao que jamais pronunciamos em palavras, o verdadeiro sentido do sentimento. Há amores que não são eternos na nossa mente, mas em nossos corações eles nos acompanha até o momento da morte.
    Um belo poema sem dúvidas, explica muito bem aquele amor que procuramos, durante toda a nossa vida.

    Beijos.

    ResponderExcluir
  2. Juu,

    Pois bem. Temos sempre um amor que em nós perdurará 'inda mais do que a vontade nossa de tê-lo em amor. É mais ou menos isso.
    é um amor que se acaba no real, nas relações bivalentes, porém é-lo vivo doravante na lembrança e na ferida de uma paixão que se queimou. Ao final da vida, sempre teremos nossas cicatrizes, nossas queimaduras. Amamos, portanto, vivemos.
    =D
    Bien sur! =**

    ResponderExcluir
  3. É verdade, o amor é sempre contraditório, sofremos por ele mas necessitamos continuar a amar. Afinal, o ser humano não aguenta a solidão por tanto tempo.

    Beijos

    ResponderExcluir