sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Poesia



Aqui dentro

Sinto lá de fora
O cheiro da vida
Que corre feito criança,
Que é doce como chocolate.

Eu fecho as janelas.
Não desejo o horizonte.
Fecho os meus olhos.
Não desejo o novo.

Eu só quero, eu só quero
Ver-te de novo,
Sentir de novo,
Amar-te de novo.
Das lágrimas que choro
Retiro o sabor da tua pele.
A cada dia estás mais aqui.
Eu te sinto aqui dentro de mim.

Por mais que me clame o céu azul,
Eu prefiro a escuridão
Do meu quarto.
Deste quarto que foi teu.

E tudo o que foi teu
Mantém-te viva em mim.
E tudo o que sou fez parte de ti.
[Eu sou a parte de ti que te esqueceste de levar].


Eduardo Henriques

2 comentários:

  1. Meu amigo, como sempre não me deixas de me surpreender. Falas do desejo de alguém que anseia por ver o ser amado apenas, mais uma vez com tanta simplicidade, que me tocou profundamente. É horrível quando não podemos ver a pessoa que amamos, mas ao menos a temos no nosso coração e é ali que começa os mais incriveis devaneios. Ao nos trancarmos em uma lugar escuro, só queremos ver a luz dos olhos de quem amamos.É como se fizesse parte um do outro, e jamais seria esquecido, pois até o doce aroma da pessoa encontra-se no ar. O amor é algo que não deve ser compreendido, mas sim apreciado, principalmente se você entrega-se de corpo e alma.

    Beijos!!!!!!

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  2. Juu,

    Que comentário poético! Lindo! Obrigado!

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